RESENHA CRÍTICA
O tema abordado tem como título: “Pavimentação e Intervenção na saúde”,
sendo ele atrativo, pois a pavimentação possibilita qualidade de vida e
desenvolvimento dos espaços urbanos. A carência deste importante componente e o
mau gerenciamento de vias de acesso e passeios acabam prejudicando a
comunidade.
Em busca de esclarecer e evidenciar os impactos destas obras de
pavimentação foram abordados alguns artigos e matérias relacionados ao tema.
Neles podem-se observar que a ausência de infraestrutura adequada pode vir a
ser causa de outras precariedades, como o aumento da criminalidade e a falta de
segurança.
O presente trabalho tem por objetivo promover reflexões e análises
através de métodos participativos sobre um dos mais importantes componentes do
desenho urbano, a via pública. Trata-se de sua importância como elemento
estruturador das cidades e a partir de modelos semelhantes de referência
analisa as condições mínimas necessárias para estruturar as vias públicas
localizadas neste local.
Na busca desses resultados foram feitas entrevistas e
questionários com a população e com profissionais da área, a fim de
exemplificar de forma clara e sucinta estes transtornos causados pela falta de
pavimentação.
A má pavimentação traz transtornos
para a população, em períodos de estiagem o excesso de poeira promove problemas
de saúde e nos períodos de chuvas o problema são os buracos que formam poças de
água e se associam com os esgotos a céu aberto, podendo proliferar os focos de
dengue.
De acordo com uma publicação na Revista de Saúde Pública as condições ambientais insalubres persistem na cidade de SP,
destacando-se em particular a condição de esgoto a céu aberto que foi encontrado
para 31,0% das crianças do terço mais pobre e para 5,2% das crianças do terço
mais rico. No qual deixa claro que as grandes
desigualdades sociais também influenciam quanto à distribuição das condições de
moradia e de saneamento. (Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública da
Universidade de São Paulo e Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em
Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo).
Outro problema comumente encontrado é em relação a locomoção de veículos
e pedestres que é prejudicada pela lama e depressões na via. Evidenciado na
publicação “Falta de calçamento prejudica acessibilidade na Vila Madre Teresa”,
onde os moradores da vila na zona a Leste de Teresina, reclamam de transtornos
causados pela falta de calçamento nas ruas da região. No local, as vias feitas
de terra dificultam o deslocamento e prejudica a saúde da população e, a
situação se agrava para os moradores que dependem de cadeira de rodas para se
locomover. Além disso, a grande quantidade de poeira que é levantada ao
transitar também representa transtorno. O morador acrescenta que, no período de
chuvas, os carros, motos e bicicletas também ficam impedidos de transitar pelo
local, que fica coberto pela lama e pelo mato, propiciando acidentes. (portalodia.com)
Nesse contexto entendemos que a rua, assim como a calçada, é um elemento
urbano que deve ser interpretado como suporte de múltiplos usos. Não sendo está
classificada apenas como um elemento funcionalista para a circulação de
veículos e pedestres, mas também como local de relações permanentes entre os
usuários.
Outro aspecto que têm relação direta com o dimensionamento dos
pavimentos asfálticos são os impactos ambientais. Isto fica mais
evidente durante o processo de produção do asfalto, quando as usinas se tornam
fontes poluidoras, contaminando o solo, a água superficial e subterrânea, o ar,
além de gerar adensamento e compactação do solo o movimento de produtos
químicos que contamina o solo resulta na exposição por inalação e ingestão da
água lixiviada que, por sua vez, contamina a cadeia alimentar. No entanto os
impactos ambientais não são consequência do asfalto em si, mas, contudo, são
provenientes de toda uma cadeia.
Neste sentido há diversas maneiras de amenizar esses impactos, uma dessas
é através da reciclagem de asfalto, a partir do asfalto-borracha, o qual se
convencionou a ser chamada de “asfalto ecológico” que é a adição de pó de borracha extraído de pneus velhos ao
ligante asfáltico aumenta a durabilidade do pavimento em até 40%.
Além de contribuir
com o meio ambiente, o asfalto reciclado proporciona mais segurança e conforto
aos usuários de rodovia, fruto da nova textura do pavimento em contato com o
veículo, a qual gera menos ruído, maior aderência dos pneus e menor dispersão
de água em caso de chuva, reduzindo os alagamentos, além de ter maior vida
útil.
Constamos
que os impactos ambientais não são consequência direta do asfalto em si, mas,
são resultados do efeito de toda uma cadeia, indo desde a extração do material,
produção, construção, manutenção, utilização e fim de vida do asfalto, permeada
pelo ciclo de vida das pavimentações.
Ademais, a falta de pavimentação é uma das principais causas e
agravantes de doenças respiratórias, dermatológicas pois libera para a
atmosfera muitas partículas nocivas que, quando inaladas, causam problemas
sérios a saúde humana.
Em contrapartida uma boa pavimentação evitará todos os problemas já
citados. Esta pode ser feita de inúmeras formas, segundo uma postagem sobre
pavimentação de estradas existem diferentes tipos de materiais que podem ser
utilizados, assim como máquinas e equipamentos. Além de algumas obras não
poderem contar com o que há de mais recomendado, criando a necessidade de se
adaptar à realidade local. E mesmo havendo tantas diferenças e opções no
momento de realizar a pavimentação de estradas, algumas etapas estarão
presentes em todas elas, tais como:
Projeto – criado por um ou mais engenheiros, o projeto irá definir cada
parte da pavimentação, garantindo que supra todas as necessidades da estrada.
Planejamento – irá possuir a função de gerenciar os trabalhos e
materiais, controlando quando uma atividade será feita, por qual profissional e
utilizando quais recursos.
Orçamento – de grande importância, estará impedindo que os recursos monetários
sejam utilizados de forma incorreta.
Execução – os trabalhos são iniciados, sempre seguindo que foi
previamente definido. (premonta.com.br)
Nesse contexto, Mascarenhas Neto, 1790 considerou que para uma boa
pavimentação é importante conter esses aspectos:
Drenagem e abaulamento: “o convexo da superfície da estrada é necessário
para que as águas, que chovem sobre ela, escorram mais facilmente para os
fossos, por ser esta expedição mais conveniente à solidez da estrada”;
Erosão: “quando o sítio não contém pedra, ou que ela não se consegue sem
longo carreto, pode suprir-se formando os lados da estrada com um aterro de
grossura de quatro pés, na superfície do lado externo, formando uma escarpa; se
devem semear as gramas ou outras quaisquer ervas, das que enlaçam as raízes”;
Distância de transporte: “o carreto de terras, que faz a sua maior
mão-de-obra”; Compactação: “é preciso calcar artificialmente as matérias da
composição da estrada, por meio de rolos de ferro”;
Sobrecarga: “devia ser proibido, que em nenhuma carroça de duas rodas se
pudessem empregar mais de dois bois, ou de duas bestas, e desta forma se taxava
a excessiva carga; liberdade para o número de forças vivas, empregadas nos
carros de quatro rodas, ... peso então se reparte, e causa menos ruína”;
Marcação: “todas as léguas devem estar assinaladas por meio de marcos de
pedra”.
Uma boa pavimentação proporciona conforto à população, melhores condições
de limpeza, contribuindo para a saúde pública, e proporciona níveis
satisfatórios de segurança, velocidade e economia no transporte de pessoas e
mercadorias. A manutenção de vias de acesso e passeios tem grande relevância,
já que a pavimentação possibilita qualidade de vida e desenvolvimento à
comunidade, promovendo ligações entre os centros e as periferias, e, ainda
auxilia na valorização de áreas.
Assim sendo, a relação desse tema ao artigo analisado é que ambos visam
à procura de soluções para esse impasse que anda ocorrendo nessas comunidades. Porém,
para que de fato seja solucionado, é necessário não apenas a conscientização da
população, mas também que haja intervenção de órgãos públicos nas condições
ambientais. Consequentemente a falta de investimentos para tal temática
prejudica a economia, a saúde e o bem estar da comunidade.
Segundo a Constituição Federal, é dever de toda a prefeitura prover uma
pavimentação de qualidade para as vias urbanas. Por conseguinte, essa lei não é
executada e assim vias sem infraestruturas ainda são realidades em várias
cidades brasileiras.
Depreende-se, portanto, que as obras de pavimentação estão intimamente
ligadas a uma melhor qualidade de vida da população, tanto em questões de acessibilidade,
quanto de saúde.
Referências: